História da Freguesia

Galveias é uma freguesia portuguesa do concelho de Ponte de Sor no Distrito de Portalegre, na região do Alentejo e na sub-região do Alto Alentejo, com 79,75 km² de área e 1 061 habitantes (2011). A sua densidade populacional é de 13,3 hab/km².

Foi vila e sede de concelho entre 1538 e o início do século XIX. O município era constituído por uma freguesia e tinha, em 1801, 1 112 habitantes.

É uma importante povoação do concelho de Ponte de Sor e encontra-se situada na encosta de uma colina fértil, na margem esquerda do rio Sor, distando cerca de 12km da sede de concelho.

Galveias tem uma extensa história, desde a sua fundação até a atualidade , chegando a ser um concelho independente.

A história atribui a sua fundação a Frei Lourenço Afonso, mestre da Ordem de Avis, em 1342.

A 1 de Janeiro de 1512, a povoação beneficiou do foral de Avis, dado em Santarém por D. Manuel I. Contudo, em 1538, D. João III elevou-a à categoria de vila.

Em termos eclesiásticos, esta freguesia, foi um priorado da Ordem de Avis, daí resultar a sua riqueza a nível de património religioso.

Em termos económicos, a agricultura ocupa o lugar de destaque como a atividade dominante, da população de Galveias. Repare-se, na importância das tradições e lendas que se confere às laranjas e ao galo que ainda hoje, estão associadas a Galveias, a ponto de se encontrarem no seu próprio brasão.

É também importante referir o azeite e o vinho Marques Ratão, produzidos e comercializados pela Junta de Freguesia de Galveias, que homenageiam esta família que tanto deu a esta freguesia.

Em termos culturais, ganha destaque nesta freguesia a Banda de Música da Sociedade Filarmónica Galveense.

Figuras importantes na história desta freguesia foram os condes das Galveias. Foi primeiro conde deste título D. Dinis de Melo e Castro, em 1691. Houve dez nobres deste título em Galveias, o último do qual faleceu em 1940.

Lenda – Menina do Laranjal

Em certas regiões, havia o costume de preparar um galo para cantar na missa de natal, sendo escolhido um dos melhores e possuía um tratamento especial. Na Vila Nova do Laranjal, também existia essa tradição e dava-se o galo a guardar ao melhor homem da terra.

Certo ano apresentaram-se ao Meirinho (magistrado), dois homens vaidosos, disputando esse lugar de honra. O primeiro disse que era o melhor da terra, o segundo afirmou o mesmo com convicção. O Meirinho resolveu intervir para evitar conflitos e em voz pausada perguntou, se podiam apresentar testemunhas das virtudes que apresentavam. Ambos disseram ao mesmo tempo que era a – Menina do Laranjal.

Surgiram duvidas e o Meirinho mandou chamar a Menina do Laranjal, uma jovem muito acreditada e uma das mais bonitas da região. Era órfã e vivia com uma tia – uma velha senhora e quando recebeu a notícia ficou pasmada, porque não conhecia nenhum dos homens. A jovem perante esta situação não sabia que fazer e pediu a opinião à tia. Esta disse-lhe que escolhesse o mais rico, pois a Menina do Laranjal com toda a sua pureza, disse-lhe que o dinheiro podia comprar muita coisa mas nunca o amor.

Quando chegaram junto do Meirinho os dois homens; o primeiro pediu logo para falar com a menina e ela acedeu, o segundo aproximou-se da tia e ficou a falar com esta em voz baixa. O Meirinho perguntou à menina, qual dos dois era o seu noivo e esta disse-lhe que só o primeiro lhe tinha falado em amor. O outro reagiu e disse que já tinha falado com a tia e tinha pedido a Menina do Laranjal em casamento. O Meirinho olhou para ambos e disse que o primeiro era o mais honesto, a quem entregou o galo.

O homem escolhido e que tinha tomado conta do galo instalou-se nos aposentos da noiva e preparavam-se para o casamento. O pretendente vencido não desistia e só pensava na vingança. Na véspera de Natal o galo desapareceu, o burburinho foi enorme e o Meirinho foi obrigado a tomar medidas urgentes e mandou prender o responsável pelo galo. O protesto do homem acusado e da Menina do Laranjal juravam inocência, mas de nada lhes servia. O povo implacável pedia justiça.

Entretanto, no meio da multidão o outro homem mostrava ares de satisfação. O Meirinho mandou preparar a forca para que o castigo servisse de exemplo e o prisioneiro desesperado esperava pela sua ultima hora.

A Menina do Laranjal, apaixonadamente tentava acalmá-lo e tinha esperanças de que um milagre ía acontecer. O homem agradecia com todo fervor abraçado à noiva.

O condenado já perante a forca, lembrou-se que o galo cada vez que via a menina do Laranjal e a sua tia, normalmente cantava. Então pediu para que estas subissem ao alto da torre da igreja. De súbito, no meio de todo aquele silêncio impressionante ouviu-se o galo a cantar por várias vezes. O homem estava prestes a ser enforcado e gritou emocionado: "O galo vê-as!, O galo vê-as!"

A Menina do Laranjal e o Homem Bom, encheram-se de alegria agradecendo o milagre ao Menino Jesus, quanto à senhora sua tia e o homem rejeitado desapareceram. Perdurando na tradição o nome da terra deixou de ser – Vila Nova do Laranjal e passou a chamar-se como ainda hoje – Galveias.